segunda-feira, 25 de maio de 2009

A maior volta por cima da história do esporte


Não, não estou falando de Ronaldo e suas idas e vindas com o sucesso e o bom futebol. Também não estou falando da Maurren Maggi e sua fantástica medalha de ouro nas olimpíadas de verão do ano passado. O brasileiro aqui em questão se chama Hélio Castroneves e venceu hoje, pela terceira vez, a mais tradicional prova do automobilismo de todo o mundo: as 500 Milhas de Indianápolis.

Há cerca de 3 meses Hélio, que é natural de Ribeirão Preto, sua irmã e seu advogado eram julgados nos Estados Unidos por 7 crimes de, entre outras coisas, evasão fiscal, sonegação de imposto, conspiração e crime contra a economia pública. Se fosse considerado culpado em todas as acusações ele poderia pegar trinta e cinco anos de cadeia.

Dá pra imaginar que a vida de um dos pilotos mais famosos nos Estados Unidos ficou de cabeça para baixo. Não só isso, a imprensa, de um modo geral, tanto lá como cá, não hesitou em tomar a posição de juiz e considerá-lo culpado antes que qualquer decisão, de fato, fosse ordenada pelo juiz. Revistas americanas o colocou entre os 10 maiores sonegadores de todos os tempos, ao lado de pessoas como Al Capone.

O dia do julgamento veio e, uma a uma, as acusações foram caindo terra. Hélio foi considerado inocente em todas as acusações. Surpresa para muitos e um renascimento para ele. Foram quase seis meses entre a denúncia e o julgamento. Hélio viveu dias de angústia, dias em que teve que comparecer ao tribunal algemado nas mãos e nos pés. A Penske, sua equipe na Indycar, já o considerava carta fora. Um substituto foi inscrito em seu lugar e o mundo seguiria rodando e Hélio seria esquecido por todos.

Mas o mundo dá voltas e essa foi particularmente espetacular. Hélio, agora inocentado, tomou seu lugar de direito na equipe mais tradicional dos Estados Unidos e chegou com gana de vitória, vem maio e ele grava nada menos que o primeiro tempo na Indy 500. Só que ele é predestinado, dizia que a vitória seria dele, tinha carro pra isso e tinha braço pra isso.

E venceu. Venceu com sobras venceu como só vence que sabe muito bem o que fazer naquelas duas milhas e meia que tem o circuito de Indianápolis. Não foi uma vitória emocionante se considerarmos a corrida em si apenas Hélio era tão superior a todos que nas últimas 20 voltas das 200 no total ele apenas se preocupou em não cometer nenhum erro, visto que seus adversários mais próximos digladiavam entre si.
Foi mais que uma vitória de um piloto em uma corrida. Foi a vitória de um Homem sobre a vida. A vitória de alguém predestinado que não deixou de acreditar que venceria todos os desafios que foram impostos a ele. Mesmo quando ele e sua família eram os únicos que acreditavam em alguma coisa.

Hélio é hoje o mais feliz dos homens e tem todo o mérito de ser. Agora são três vitórias na Indy 500, que somada as outras duas de Emerson Fittipaldi e a de Gil de Ferran,deixa o Brasil com seis triunfos no lendário autódromo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Mas isso tem hoje a menor das importâncias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário