quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eu e as corridas

Se tem uma coisa que eu gosto nesse mundo, mais que lasanha e strogonof, são corridas de carros. E não é só de Formula 1 que eu to falando, é de tudo que é motorsports, e aí inclui-se desde categorias famosas como a própria Formula 1, até outras bizarras, como corridas em ovais de terra nos Estados Unidos em que correm os chamados Sprint Cars, mas que na verdade não passam de gaiolas motorizadas. Só doido corre, mas é divertido pacas.

Esse meu gosto por corridas já me fez entrar em algumas enrascadas... Certa vez, no alto dos meus 13 anos, estava eu e um grupo de amigos num desses bailes do Havaí e eu estava prestes a ficar com uma menina que há tempos tentava algo. Nesse dia em especial a lua parecia estar voltada para mim e eu finalmente ia dar meus beijinhos nela. Combinei com a amiga dela para que ela me encontrasse num determinado local onde trocaríamos nossas bactérias via oral. Chegando lá eu percebo que já era duas e meia da manhã e que em meia hora a corrida do Japão de Formula 1 iria começar. Entrei em pânico.

Parênteses: (entendam o seguindo, eu não perco uma corrida de Formula 1 desde que eu tinha nove anos e tive que participar de uma competição de natação num domingo de manhã. Desde então, peremptoriamente, todos os domingos de corrida você pode ter certeza de que eu estarei devidamente prostrado à frente da TV como se daquilo dependesse minha vida).

Voltando... Comecei a avaliar a situação. Se ficasse lá, ganharia um beijinho de uma menina bonitinha, com sorte até uma mão boba aqui outra ali. Por outro lado, se fosse embora veria uma corrida de Formula 1 que tinha de tudo pra ser... chatíssima.

Além da eterna esperança de ver o Barrichello (nessa época ainda na Stewart) meter o sabugo no xarope do Michael Schumacher. Avaliada a situação, tomei uma decisão que ao meu modo de ver foi a mais sensata possível: sai de lá correndo, peguei o primeiro taxi que vi e cheguei em casa à tempo de ouvir as reportagens da rádio Jovem Pan AM que sempre começavam antes das transmissões da Globo.

A corrida em si foi super chata e nada do Rubens atropelar o Schumacher como eu sonhara. Mas tudo bem faz parte do esporte. Nem liguei. Acabou a corrida, entrei em alguns sites de automobilismo pra ler as análises dos entendidos no assunto e fui dormir. Crente que tinha tomado uma decisão correta. Afinal corridas são apenas 17 por ano, fins-de-semana com festa são quarenta e poucos. Não me faria falta um beijinho a mais, outro a menos.

Só que eu não sabia o que havia desenrolado naquela festa após minha ausência. A menina havia chegado ao local e, ao não me ver, decidiu como boa donzela que era, me esperar lá. O problema é que uma briga, nas palavras do meu amigo, descomunal, se iniciou exatamente onde ela me aguardara. Os motivos da briga eu nunca soube, mas o problema foi que em determinado momento, uma pedra voou de um ponto de origem qualquer e acertou exatamente a cabeça da menina! Sim, além de ela tomar um bolo de um idiota que preferiu ver 22 homens dar volta em uma pista, a coitada ainda levou uma pedrada na cabeça!

Não preciso dizer que a menina nunca mais olhou na minha cara né? Até meus amigos ficaram putos comigo e juraram que nunca mais iriam me ajudar a ficar com garota nenhuma. O mais bizarro de tudo isso é que eu, no fundo, não me arrependia em nada de ter ido embora. Pra mim, só por ter visto mais uma corrida de F-1, já valia a pena qualquer dor de cabeça que pudesse ter decorrido daquela situação.

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