domingo, 9 de agosto de 2009

O governador quer ser presidente e quem toma no cu somos nós...


A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E o maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...

E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...

Sério, tá tudo cada vez mais asséptico que chego a sentir o cheiro de éter de longe. Por quê? Simplesmente porque os politicamente corretos estão dominando tudo que se vê pela frente. Diga não às drogas, não corra, não fume, não beba... Não viva!

Esse post não é uma apologia idiota às drogas, é apenas uma constatação de que pouco a pouco o que resta da nossa liberdade está sendo tragado por uma onda politicamente correta que varre essa merda de país afogado corrupção e escândalos com dinheiro público.

Vejamos: a partir de ontem o Estado de São Paulo deixou de fumar. Nosso querido imbecil governador que quer ser presidente decidiu que não se pode mais fumar em nenhum lugar que tenha parede ou teto. Em suma: bares e restaurantes, boates e qualquer coisa que fique nesse ínterim não pode mais ter fumantes.

Até antes de ontem esses recintos vinham funcionando perfeitamente, mas como o governador que quer ser presidente decidiu que precisava de alguma coisa pra chamar a atenção para si e poder usar como bandeira daqui a um ano quando ele estiver concorrendo ao Planalto, os cigarros em locais como os citados anteriormente tornaram-se proibidos.

Trata-se, sem a menor sombra de dúvidas, de uma lei fascista e autoritária. Além de completamente inútil, pois já havia uma lei federal que tratava do mesmo assunto. Como qualquer um que tenha tido uma aula de direito constitucional na vida sabe, leis federais sobrepõem leis estaduais. Assim, essa papagaiada toda é coisa de quem não tem o que fazer e não passa de demagogia barata.

Cigarros, assim como cerveja, pinga, remédios, são drogas legais. Então a proibição do uso de algum desses produtos de maneira arbitrária não pode ter outro sentido senão a arbitrariedade em si. Todo brasileiro acima de 18 anos tem o direito estabelecido em lei de fumar quantos cigarros quiser. Até que tal liberdade seja revogada, proibir que se fume em um boteco é simplesmente ridículo.

Aliás, por mais ridículo que seja, impor tal proibição é fácil. Difícil mesmo é proibir o cigarro por completo! Por quê? Ora, amiguinhos, porque cigarros, bebidas e toda a sorte de drogas institucionalizadas geram impostos, MUITOS impostos e Estado nenhum abre mão de um centavo quando o assunto é imposto.

Como muito bem cita o colunista Flávio Gomes, “Seria muito mais honesto da parte de nosso governador que vai usar sua cruzada antifumo na campanha eleitoral taxar absurdamente o cigarro e aumentar seu preço, por exemplo. Aí sim o consumo em geral cairia, e muito — isso, sim, seria tratar a questão como de saúde pública, e não apenas como pirotecnia eleitoreira.”

Ou então, porque não dar a liberdade aos donos de bares para decidir se seu estabelecimento permitirá ou não que se fume dentro de seu estabelecimento? Seria muito mais justo e democrático. Se o Joaquim quer que seu bar seja apenas para não fumantes, que seja assim! Só entra quem não fuma. Agora, se o Manoel permite, que seja. Quem lá for já sabe que está sujeito a todos os males que o cigarro causa.

Mas não senhor, o governador que quer ser presidente quer agir como executivo federal e decidir tudo na canetada, mudando os hábitos das pessoas do dia para a noite. Claro, é mais fácil depois na hora da propaganda política.

Poucos se lembram, entretanto, que não muito longe do palácio dos Bandeirantes, há a cracolandia. Enquanto o governador que quer ser presidente proíbe o fumo em locais fechados, lá, num local muito bem aberto e à vista de todos, crianças, adolescentes e adultos continuam se acabando na pedra. Isso não se resolve na canetada. Demanda esforço, trabalho, atenção. Por isso o tal governador que quer ser presidente prefere fingir que aquele lugar não existe. O único braço do estado que chega lá e a polícia.

É simplesmente o fim da picada essa baboseira toda. Não passa de uma manobra para que o governador que quer ser presidente apareça nas “Vejas” e no “Fantásticos” da vida, com o discurso débil mental de sempre que “o Estado gasta não sei quanto com doenças pulmonares” e que “é assim no Primeiro Mundo” e que “ninguém é obrigado a respirar a fumaça dos outros”. Claro que não é. É só procurar lugares exclusivamente para não-fumantes. Que jamais irão existir. Só mesmo se a lei obrigar.

Agora, proíbem-nos de beber, de fumar, de correr. Só que podiam também proibir que fôssemos roubados, seqüestrados, ferrados... Mas isso continua a mesma coisa porque, assim como essa lei anti-fumo, não é com uma canetada que se muda a cultura de um povo, como não é com lei que se muda a sensação de insegurança que qualquer um tem ao andar sozinho a noite em uma grande cidade.

Mas claro, com isso o governador que quer ser presidente também não se interessa.

Em tempo, eu fumo pra caráleo e se eu quero morrer de tanta fumaça no meu pulmão o problema é meu e só meu. Governo nenhum tem nada a ver com isso. Tenho meu plano de saúde pago todo mês para isso.

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