terça-feira, 30 de junho de 2009

texto sem título


I guess it's time I run
far, far away
find comfort in pain,
All pleasure's the same:
it just keeps me from trouble.


(se me perguntarem não direi que estou triste) ...ai vem um filho da mãe qualquer, avança o sinal, me dá uma trombada sem precedentes em meu carro e me acusa de estar errado. Não preciso das suas migalhas meu caro, não se dê ao trabalho... Enfim, não é sobre isso que escreverei aqui. Tenho uma hora e meia pra escrever alguma coisa antes que a bateria do notebook acabe e não vou, definitivamente, perder meu tempo relatando algo que me deixa puto.

Acordei as oito horas da manhã, mandei um email para um professor a respeito do meu costumeiro excesso de faltas, criei uma justificativa qualquer e pronto. Ontem peguei minha nota de estatística e tive a feliz constatação de que aquelas intermináveis horas estudando chatices como lei de poison, boxplot e desvios padrões valeram a pena: passei nessa maldita matéria. Restam apenas três para me formar e começar a ganhar algum dinheiro.

A sensação é boa mas ao mesmo tempo é ruim. Claro que é bom ficar um pouco mais perto do meu diploma, mas é ruim porque é mais um passo de adeus a uma fase da minha vida que sentirei muitas saudades. Mas acho que lamentar não adianta em nada. Aproveitarei esse ultimo semestre que me resta como nunca e fecharei com chave de ouro meus cinco anos de faculdade. Além do mais, acho que saudade é uma coisa boa. Ter saudade significa que, na pior das hipóteses, você viveu algo bom que vale a pena ser lembrado.

Passar numa universidade pública foi a coisa mais interessante que fiz na vida (acho que já escrevi isso em algum lugar). Nunca fui do tipo que estudava, o fundo da classe sempre foi mais interessante pra mim e meus amigos sempre foram aqueles que meus pais não recomendavam que eu andasse. Aliás, acho que eu fui o tipo de pessoa que os pais dos outros não queriam ver seu filho em companhia. Coisas da vida... Voltando ao assunto, em 2004 coloquei na cabeça que tinha que estudar e o resultado foi que passei no vestibular de uma boa faculdade pública no curso de Administração. Não é meu curso dos sonhos, mas tem coisas suficientemente interessantes para eu fazer dele meu ganha pão. Além do mais as coisas que gosto realmente não são muito rentáveis e dinheiro pra mim sempre foi prioridade. Queria mesmo é ser fotógrafo, diretor de cinema ou coisa parecida. O que no Brasil é sinônimo de vida miserável.

Entre ter aulas de administração financeira e orçamentária pública e sair por ai com uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, claro que a segunda é muito mais interessante. Mas não é assim que as coisas funcionam. De modo que não me arrependo da esterilidade do meu curso e se sempre visualizo um quadro marrom, de um filme noir qualquer, sem vida, quando penso nele, sei que as necessidades vêm antes dos prazeres.

Mas o melhor do curso pra mim nunca foram as aulas em si. O que mais sentirei saudades será dessa apaixonante e boêmia vida universitária. Passar a semana com miojo e água e gastar cinqüenta conto numa balada ficar até altas horas conversando na sala da república com os amigos, comendo azeitona em conserva e cerveja. Coisas ridiculamente simples, mas que somadas agregam um valor inestimável à vida de qualquer um. Poucas coisas na vida são tão prazerosas que voltar da faculdade conversando com os amigos, chegar lá pelas onze e meia em casa, abrir uma lata de cerveja e dormir na sala. Acordar no dia seguinte com uma puta dor de cabeça jurando nunca mais beber assim de novo, pra cerca de cinco horas depois estar num bar com os mesmos amigos tomando a mesma cerveja gelada. Alguns dirão que isso é coisa de vagabundo, devem estar certos. Mas quem se importa?

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